Quem VOCÊ será depois do coronavírus, segundo Darwin?



Nada do que estamos vivendo nesse caos é novidade para os seres humanos. Isso já aconteceu na nossa história, mas não aconteceu na MINHA e na SUA. Por isso, passa a ser tão impactante, tão assustador! NÓS, OS SERES HUMANOS DE AGORA, estamos vivendo esse desafio.

Lidar de forma emergencial com o que estamos passando em nossas vidas pessoais e profissionais é difícil, e precisamos de ações imediatas para nos defendermos agora. E engana-se quem continua acreditando que existe afastamento total entre esses dois lados de nós mesmos: o pessoal e o profissional. Cada vez mais estão conectados e se influenciando. Todos querem conhecer esses dois lados para criar sua percepção completa.

Prova disso está nas redes sociais. Quando começaram era tudo segregado, a página pessoal e a página profissional. Claro que ainda existe necessidade de dosar à exposição, principalmente em relação à privacidade e segurança. Mas as pessoas gostam e procuram identificação com aspectos mais humanos do cotidiano, buscam provas sociais de que realmente aquela pessoa/profissional vive o que fala.

Mas passado esse momento de desespero, precisamos pensar no AMANHÃ, pessoal e profissional. QUEM VOCÊ SERÁ? Porque algo tão sério, em escala global, vai transformar os mercados, as pessoas, as profissões. Se você não acredita nisso, e está só pensando em “quando vai acabar a quarentena e poderei voltar ao normal”… peço que entenda. O “antigo normal não existirá mais”….

Perceba alguns pontos que mudaram e não voltam mais:

1) Vida Pessoal

As relações pessoais adquiriram grande importância: estar fisicamente com quem ama é de grande valor. Nos afastamos voluntariamente, não nos importamos, na vida acelerada, de ficar muito tempo distante dos que amamos.

Mas quando um agente externo no obriga, isso nos agride profundamente. Então, as pessoas, hoje confinadas em seus espaços particulares, passarão a buscar mais tempo em lugares de interação. Sabe o ditado: “a gente só dá valor quando perde?”

Pois é, vivenciamos uma segregação social obrigatória, e voltaremos ansiosos por compartilhar momentos sociais. Então como serão esses espaços e as novas expectativas das pessoas para esses relacionamentos?

2) Vida Profissional

As relações profissionais foram transportadas para um outro nível. Enquanto muitos ainda insistiam em manter as atividades apenas presenciais, com crenças limitantes em relação às mudanças, a pandemia obrigou que os serviços se alinhassem com a evolução tecnológica.

Como voltar a gastar tanto tempo em deslocamentos desnecessários, se podemos sim, resolver tanta coisa em reuniões e contatos remotos? Será que é realmente viável e necessário ter espaços de alto custo para ter uma imagem profissional de respeito?

Quando me formei (2000) era “não profissional” trabalhar em casa. Passava a impressão de que você não era um profissional bem sucedido. Os clientes tinham essa percepção e os profissionais acabaram investindo muito em espaços de escritório, que na realidade não tinha custo-benefício real.

Hoje você está em casa, se comunicando com família, equipe, parceiro e clientes à distância. Todos se adaptaram. Todos estão em home-office improvisados, com contatos remotos, em diversas plataformas possíveis, de forma natural. Importa se está na casa ao lado ou em outro país? O mundo nunca foi tão pequeno e acessível. Nós realmente só podemos atender quem está fisicamente próximo? Ou será que VOCÊ, por ainda estar nessa realidade, tem essa crença, de que é assim para TODO MUNDO?

Bem, depois de todos esses questionamentos, quero te dizer, que para mim o que aconteceu não foi surpresa, infelizmente. A Sustentabilidade foi a área que escolhi investir minha vida profissional. Então foram 10 anos de escritório, num modelo tradicional, só projeto, e outros 10 anos mergulhada num negócio construído, planejado, dentro de um propósito pessoal e profissional.

Quando falamos de sustentabilidade, todos ainda acreditam que é um sonho distante, que não tem relação com nossa realidade, com o tipo de projeto que fazemos, ou que é foco de pessoas “natureba”, “verdinhas”. rs. Muitos ainda acreditam ser aspectos para os grandes edifícios, que precisam investir milhões. Na verdade, “coisa de eco-chato”!!

Bem, isso nunca foi verdade, mas para o mercado, era mais fácil “acreditar nisso” do que ter que investir em mudanças à longo prazo. Pois para mim não foi surpresa o que estamos vivendo, pois a ciência, as pesquisas de todas as áreas já apontam há décadas o colapso global. A saúde só foi o estopim.

Tudo que pesquisei em mestrado e doutorado já demonstrava esses tantos impactos na saúde, na economia tradicional, no abastecimento de água, na falta de energia, fome, na falência ambiental. O que sempre vi, foi que todos acreditavam, mas para um futuro distante. Mas, o futuro chegou. Essa é a curva da mudança.

Eu não estou falando isso de forma pessimista, muito pelo contrário. Podemos continuar nós mesmos, e não melhorar como pessoa e como profissional, ou podemos evoluir.

Como Darwin afirmou a evolução e seleção natural acontecem gradativamente. E são os desafios, as mudanças necessárias para viver que separam os que são extintos, daqueles que serão melhores, mais fortes e líderes.

Eu vivi o momento em que saímos do desenho a mão para o computador. Eu escutava sempre, de quase todo mundo: “Jamais o arquiteto deixara de fazer o projeto à mão. É só uma moda do mercado…”

Pois é, mas eu não pensava assim. Se na faculdade não tinham matéria e nem computador, fui atrás de um profissional de mercado que me desse aulas particulares de AutoCad. E hoje já estamos no BIM, na realidade virtual. Por isso sempre afirmo: não tem volta.

Quando me inseri nesse mundo da sustentabilidade, vivenciei as pessoas, os colegas e clientes não dando valor, por não entenderem o que era isso. Longe de ser uma filosofia ou sonho, a sustentabilidade tem sérios aspectos econômicos, pragmáticos e mensuráveis. Sempre foi assim que convenci meus clientes: pelo bolso, pela clareza dos resultados alcançados pelo investimento numa edificação melhor.

E desse pensamento nasceu a Quali-A, nossa empresa focada em consultorias, projetos e treinamentos. Por que três áreas? Porque olhando para o mercado, percebemos que podíamos oferecer soluções diferentes com nosso conhecimento, para clientes diferentes. Fazemos muita consultoria para construtoras e órgão públicos, projetos para pessoas físicas e treinamentos para profissionais. Ou seja, diversificamos nosso negócio. Não colocamos todos os ovos na mesma cesta. Conseguimos nos adaptar com a instabilidade do mercado.

Começamos como uma Starup de tecnologia e inovação. Sim, no meio de um monte de profissionais de TI, lá estavam duas arquitetas (LOUCAS) lutando para entender de modelos de negócio completamente diferentes do tradicional “escritório de projetos”. Buscamos ver, principalmente, as estratégias que outros profissionais adotam com sucesso. Sempre nos perguntando: como podemos adaptar para a gente?

Adianta só ficar no meio de iguais? Como vou pensar diferente? Como vou olhar para o futuro com novas respostas?

Estamos agora, resolvendo a emergência, mas olhando quem seremos no futuro pós-pandemia. Nós vamos evoluir e não seremos extintos. Vamos olhar para os que estão andando para frente, em transformação, melhorando.

Cuidado com o seu medo e com a “proteção” dos que mais nos amam, porque muitas vezes eles não querem que a gente corra riscos nessa evolução. Óbvio que é arriscado, e por isso é importante planejar, ter um plano de ação. Pense no que quer alcançar, em quanto tempo seria necessário, você consegue sozinho (tenho certeza que não), quem serão seus parceiros, quanto isso vai custar? Todas essas perguntas são para você avaliar a viabilidade do seu objetivo.

Então, se tem algo fundamental nessa pandemia, é a clareza da mudança. Vamos nos preparar para estar entre os profissionais que evoluíram e conseguem também atender os clientes evoluídos, preparados e ansiosos por uma nova realidade.

Ah, mas não é todo mundo que pensa assim?” Tudo bem, você pensa a partir de agora! E clientes e colegas que não pensam assim, não devem estar com você. No sentido de ser o foco do seu novo modelo de negócio.

Sabe o que nos aconteceu? Por já estarmos adaptados ao mundo online, nossa área de cursos teve um crescimento enorme com a pandemia: alunos e novos parceiros, em busca de nosso know-how.

Já vimos que é totalmente viável, uma das sócias se mudar para fora do país e não causar impacto algum em nossos processos.

Ou seja, estamos elaborando novas metas, novos planos de ação.

E como você está? O fato de estar investindo numa pós graduação de tanto valor, focada a na sua prática, em resultados, com exemplos reais de profissionais bem-sucedidos, não pode ser desperdiçado. Quem você será após a pandemia?

Com certeza estaremos entre os líderes de nosso mercado. Afinal, estamos num um grupo diferenciado, que está olhando para a frente, enquanto a maioria ainda está parada ou tentando voltar para trás.

Vamos juntos viver o futuro que é agora!

Abraços,

Júlia

 

 


Julia Fernandes é doutora pela Universidade de Brasília em Sustentabilidade, Qualidade da Iluminação Natural e Eficiência Energética; Especialista em Design pela Universidade Estácio de Sá-RJ. Desenvolve atividades em certificações de sustentabilidade (AQUA e Etiqueta PBE-Edifica), projetos de arquitetura sustentável e iluminação natural. Especialista em gestão, marketing e empreendedorismo pelo PUCRGS. Sócia da Quali-A, empresa do Parque Tecnologico da UnB. Professora do IPOG EM 5 cursos de pós-graduação para arquitetura, engenharia e design.





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