7 fevereiro 2020 A diferença entre a leitura cognitiva de paisagens urbanas e naturais

A neurociência comprovou que o cérebro humano é diretamente impactado pela leitura do ambiente onde o indivíduo se encontra. Mesmo criaturas mais primitivas como as amebas são impactadas pelo ambiente que se encontram, ao interpretar os riscos inerentes a esse ambiente, e desenvolver os mecanismos de defesa.
A história da evolução dos seres é diretamente relacionada pela leitura ambiental. E a neurociência tem comprovado sobremaneira como ela age diretamente na forma como os seres se comportam.
Os seres humanos incluem nessa leitura o componente das emoções, ao inferir dessa leitura as sensações que tais ambientes transmitem como bem-estar, segurança, aprisionamento, entre outros.
Descobertas da neurociência
Amparados por aparelhos voltados para mapear as atividades elétricas do encéfalo, pesquisadores coreanos se debruçaram em entender como o cérebro humano interpreta paisagens urbanas e naturais. Acompanhe a seguir o que se descobriu a respeito:
A leitura da paisagem urbana
A paisagem urbana é aquela diretamente transformada pela ação humana, com suas edificações e projetos urbanísticos. Ao interferir no ambiente natural, o homem busca promover facilidades na dinâmica cotidiana do convívio coletivo.
O mapeamento cerebral mostrou que a paisagem urbana aciona a região da amígdala cerebral, que está diretamente ligada à impulsividade e à ativação de gatilhos da ansiedade e do aumento do estresse.
Foram vinculadas as seguintes características mediante a paisagem urbana:
– aumento do estímulo cerebral na forma de provocar entusiasmo;
– aumento da carga cognitiva;
– dificuldade em despertar a contemplação, o fascínio;
– roubo da atenção com maior intensidade.
A leitura da paisagem natural
A pesquisa dos neurocientistas mostrou que as cenas naturais ativam a região do cíngulo e ínsula anterior, revertendo diretamente em atividades associadas à empatia e ao comportamento altruísta.
Ambientes naturais estão ligados a:
– atenção involuntária;
– estímulo à contemplação e atividades meditativas;
– sensação de bem-estar;
– recuperação cognitiva da fadiga e do stress.
Apontamentos
Diante de tais resultados, se faz necessária a reflexão sobre a combinação de pontos de fuga natural no planejamento de ambientes urbanos, bem como em projetos residenciais e corporativos. Esse equilíbrio promove os gatilhos cognitivos necessários que são ativados pelas paisagens naturais quando inseridas no cenário urbano, promovendo o bem-estar e de combate natural ao stress.